Principais processos da produção têxtil
Em vários países a indústria têxtil ocupa uma posição de destaque na economia.
No Brasil, encontramos indústrias de pequeno, médio e grande porte, em quase todas as regiões, formando um perfil de mercado poderoso e versátil.
Outra característica importante deste setor é a agilidade, pois a rápida adaptação a preferência do consumidor é vital para a sobrevivência em um mercado competitivo.
Fluxogramas de processos têxteis
Fiação:
Tecelagem:
Acabamento:
Resumo do processo têxtil
O algodão chega em fardos, passando por um processo de análise e classificação de acordo com seu peso, comprimento das fibras, espessura e coloração.
Uma vez classificado, o material segue para os abridores. Nessa etapa, o algodão passa pelo primeiro processo de limpeza sendo, posteriormente, transformado em flóculos através do batedor.
Na cardagem, os flóculos sofrem o primeiro processo de estiragem, buscando a uniformidade das fibras de algodão, com a retirada das fibras mais curtas. Terminado esse processo, o algodão estará em forma de mechas (mecha cardada).
Os passadores executam o afinamento do produto mantendo as fibras paralelas, através de operação de duplicação e estiragem, dando origem ao fio cardado. Caso haja necessidade de um fio mais fino e uniforme, o fio cardado passa pela reunideira e penteadeira, visando a retirada das impurezas restantes e das fibras curtas. O produto final, nesse caso, é chamado de fio penteado.
Na maçaroqueira, os fios cardados ou penteados passam por nova estiragem e torção, transformando o produto numa espécie de pavio.
No filatório, o pavio é transformado em fio, através de novo processo de estiragem e torção.
Os fios são passados pela engomadeira, onde recebem substâncias específicas para aumentar sua resistência, pois, durante a tecelagem, serão submetidos à altas pressões.
Os fios seguem para os teares onde, uma vez entrelaçados, formam o tecido propriamente dito.
O acabamento pode se dar de várias formas, dependendo da qualidade final exigida no tecido.
Na chamuscadeira, são eliminadas as fibras protuberantes da superfície do tecido, através de queima.
Na mercerizadeira, o tecido recebe a adição de soluções alcalinas para melhor absorver água e corantes, melhorando sua resistência à tração e estabilidade dimensional.
O tecido passa pelo processo de lavagem, intercalado pelos processos de alvejamento e desengomagem.
Na rama, o tecido tem melhorada a fixação de pigmentos, qualidade ao toque e estabilização da largura.
No tingimento, o tecido recebe a adição de corantes, podendo ser de três formas:
– Turbo horizontal (descontínuo);
– Jigger (semi – contínuo);
– Pad Steam (contínuo).
Na estamparia, o tecido recebe aplicação de corantes em áreas definidas, através de matrizes cilíndricas ou planas. Esse processo é dividido da seguinte forma:
– Impressão;
– Secagem;
– Fixação da cor. O tecido passa finalmente pela alargadeira (que visa eliminar dobras e rugas), polimerizadeira (que melhora a fixação dos corantes) e sanforizadeira (que define o pré-encolhimento do tecido).
Utilização de vapor nos processos têxteis
A) ENGOMADEIRA
Os fios são mergulhados num tanque de goma e enviados para uma bateria de cilindros secadores.
O tanque de goma é aquecido com vapor indireto (serpentina) e/ou direto, com temperatura entre 90 e 95 °C. A temperatura não pode exceder 100 °C, o que ocasiona borbulhamento da goma, colocando em risco a ação dos operadores e perda da qualidade da mesma.
O controle de temperatura nestes tanques é geralmente realizado através de válvulas de controle proporcionais, ocasionando economia de energia (vapor).
Nos cilindros, utiliza-se vapor indireto, sendo que a temperatura é estabelecida pela espessura do fio, devendo ser bem controlada. O controle de temperatura nos cilindros é efetuado através do controle da pressão, aproveitando-se da relação direta do vapor saturado: pressão x temperatura.
Portanto, a fim de garantir aquecimento estável e uniforme, recomenda-se a aplicação de válvulas redutoras controladoras de pressão (pressão de ajuste ± 4 bar).
Na drenagem dos cilindros secadores, que utilizam tubos pescadores ou canecas, devem ser aplicados, purgadores de boia com eliminadores de vapor preso, individualmente.
Ponto importante na segurança operacional das máquinas de engomagem é a aplicação de válvulas de segurança, dado a fragilidade dos cilindros secadores. Caso não haja secagem eficiente, os fios tornam-se frágeis. Se a temperatura for elevada, os fios tornam-se quebradiços.
B) LAVAGEM E ALVEJAMENTO
O tecido, após a tecelagem, é tratado com produtos químicos que visam desengomagem, retirada de ceras, fungos e outras impurezas.
O processo é realizado nas Caixas J, que utilizam vapor direto que sugerimos a instalação de injetores de vapor para maior homogeneização da temperatura e/ou indireto por meio de serpentinas e exigem o controle de temperatura (+/-80 °C). Este controle pode ser realizado por meio de válvulas de controle e, para as drenagens das serpentinas, recomenda-se os purgadores de boia com eliminadores termostáticos de ar.
As lavadeiras podem, eventualmente, utilizar vapor direto. Nestes casos, é aplicável sistemas de injeção de vapor.
C) RAMA (ACABAMENTO FINAL/ESTICA/FIXA PIGMENTO)
O objetivo da rama é de definir o acabamento final, dimensões e fixar pigmentação do tecido. Na rama o tecido passa por uma câmara (túnel) onde é insuflado ar quente proveniente de radiadores que utilizam o vapor como fonte de energia.
O controle de temperatura é realizado através de válvulas de controle quando aplicadas. A pressão dentro dos radiadores é a pressão vinda da caldeira, e a drenagem dos radiadores, deverá ser sempre através de purgadores de boia, (indiretamente) para cada radiador, com eliminadores termostáticos de ar.
D) TINGIMENTO
Existem dois tipos de processos para tingimento de tecidos: descontínuo (executados nos jiggers ou turbos) e os contínuos (pad-steam).
– Processo Descontínuo:
JIGGERS:
Trata-se de um equipamento (tanque aberto) onde existe uma solução com a tinta a uma temperatura de ± 98 °C e o tecido, em uma bobina, é rebobinado passando por dentro desta solução.
A temperatura do jigger é mantida através da injeção direta de vapor e para isso é recomendável a aplicação de injetores de vapor, válvulas de controle de temperatura e válvula quebra-vácuo. Para as linhas de vapor que alimentam estas máquinas é recomendado a aplicação de válvulas redutoras de pressão. Alguns modelos mais novos já utilizam a injeção indireta de vapor por serpentina e, para esse sistema, recomenda-se ainda o controle de temperatura e o purgador de boia com eliminador termostático de ar.
TURBOS:
Equipamentos similar ao jigger de injeção direta de vapor, contudo fechado e utiliza pressões de vapor ao redor de 5 bar e temperaturas de controle de ± 140 °C. Da mesma forma o controle de temperatura e a injeção direta devem ser feitas através de injetores de vapor, válvulas de controle de temperatura e válvula quebra-vácuo.
– Processo Contínuo:
PAD – STEAM:
Caracteriza-se por um único equipamento possuir etapas de impregnação da tinta no tecido, vaporização, lavagem e oxidação (retirar o excesso de pigmentação). Estes processos são aplicados sequencialmente e de modo contínuo, através de banhos curtos e renováveis. Esse sistema é indicado para grandes quantidades de tecido.
E) ESTAMPARIA
Eventualmente, o vapor é utilizado na secagem (após impressão) de forma indireta através de cilindros secadores.
F) ACABAMENTO FINAL
Na sanforizadeira, a utilização do vapor se dá em todo o processo, em que a importância maior está no controle da temperatura e na uniformidade.
G) RECUPERAÇÃO DO VAPOR REEVAPORADO
No processo têxtil, utilizamos vapor a várias pressões e de forma contínua. Essas condições são as ideais para efetuarmos o aproveitamento do vapor flash ou reevaporado, principalmente nos equipamentos que necessitam de baixas pressões (tanques de aquecimento de óleo combustível, pequenos trocadores de calor) e, também, em sistemas de injeção direta (por exemplo, nos jiggers).
H) RETORNO DE CONDENSADO
O condensado retornado provém de linhas de diferentes pressões, o que pode comprometer o funcionamento dos purgadores instalados nos sistemas de baixa pressão. Nesse caso, é indispensável a utilização de um sistema de bombeamento para garantir o bom funcionamento dos purgadores e o reaproveitamento do condensado.
Consulte-nos e solicite uma apresentação das soluções Bermo para a utilização de vapor nos processos de produção da indústria têxtil: